Christopher
Dawson era um autor até uns anos atrás completamente desconhecido para mim. Só
havia lido um livrinho que ele havia escrito no contexto da 2ª Guerra Mundial intitulado
O julgamento das nações[1].
Foi por causa da
leitura desse livro que eu destaquei Christopher Dawson como um dos autores
essenciais para meu projeto particular de compreensão da teologia da história a ponto de comprar vários livros dele na sede
da É Realizações que infelizmente
tenho lido em uma velocidade muito menor do que eu gostaria e deveria.
Essa
lentidão sinto-a mais gravemente porque desde os meus tempos de graduação
autores como Christopher Dawson, Henri Irenée-Marrou, e Daniel Rops eram para mim ilustres desconhecidos.
Chesterton era perigoso porque podia “nos influenciar!” (palavras do meu
professor de teoria da história. Hoje faço tudo ao contrário do que ele me
recomendou). Régine Pernoud era leitura pra quem tinha preguiça de procurar Jacques Le Goff e Georges Duby. Os manuais de História da Filosofia
de Johannes Hirschberger não saiam da biblioteca há décadas e eu vivia
retirando esses livros. Os bibliotecários reclamavam porque cada vez que eu
retirava um livro sem catalogação eletrônica eles levavam um tempo pra colocar
no sistema USP. E pensar que hoje cada volume dessa coleção de 4 livros pode
chegar a custar 1000 reais nos sebos especializados!
Sim, caros amigos: ler
autores ditos conservadores e/ou de bibliografia tradicional não era tarefa das
mais fáceis na USP dos anos noventa do século XX.
Aos
44 anos a gente começa a querer recuperar o tempo perdido, pelos menos do ponto
de vista intelectual! Menos pensadores da moda e mais livros velhos,
empoeirados, grandes sínteses no lugar desse papinho da “relatividade e
pulverização do saber”. Resumindo: “cansei de ser moderno, agora quero ser
eterno!”.
Aliás,
algumas palavras sobre a É Realizações: a
edição dos dois volumes A formação da
cristandade e A divisão da cristandade são excelentes. Apenas uma editora
preocupada com a qualidade acadêmica das suas publicações moveria tantos
intelectuais e pesquisadores para a edição dos livros de Christopher Dawson. E eles
parecem pretender publicar todos os livros de Christopher Dawson; que
maravilha!
"Ler, ler, ler, ler e ler, sem se cansar!". (Frase que meu saudoso orientador Augustin Wernet dizia para eu não desanimar ao tentar ler os 200 livros que ele dizia serem o mínimo que um estudioso deveria ler sobre seu assunto de pesquisa).