quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Vaticano II

 


Semanas atrás eu havia dito que estava sem escrever nada há dois anos. Não era verdade. Minha última nota havia sido publicada no dia 11/10/21. Com a presente nota completam-se de fato dois anos.

A nota de 2021 tratava do concílio Vaticano II(1962-1965) que completa em 2023 sessenta e um anos de sus abertura, e sessenta da morte de seu idealizador o papa São João XXIII(1963).
Nos meios católicos muito já se falou do Vaticano II, de bom e de menos bom. Até já escreveram um livro com os erros do concilio. Um livro grosso, com mais de trezentas páginas. Impressiona, mas alerto que nenhum concilio ecumênico está acabado em si mesmo. Se fosse assim, só teria sido celebrado um concilio na história da Igreja, o de Jerusalém, celebrado no ano 49 e relatado no livro dos Atos dos Apóstolos.
Santo Antônio Maria Claret, fundador dos claretianos, foi participante do concílio Vaticano I(1869-1870) e ao ver os debates entre os bispos e cardeais de temas heterodoxos dentro da basílica de São Pedro ficou com a saúde tão abalada que sofreu um derrame cerebral. Convalescendo do AVC, admitiu que devia ter se acalmado para não abalar a própria saúde-ele morreria meses depois.
Durante as sessões do concílio de Trento(1545-1563) o clima de rivalidade entre os bispos era grande. Enquanto um certo bispo francês falava, seus colegas diziam: olhem como canta bem o galo! (O galo é um dos símbolos da França). Contam também de cardeais se estapeando durante as sessões solenes. Mas só o Vaticano II passou dos limites! E mais nenhum!

A atual crise da Igreja é complexa, e não há como tratar adequadamente disso aqui. Mas posso adiantar que ela tem raízes na crise da modernidade e a Igreja católica, ao receber de Seu Fundador a missão de evangelizar este mundo, pode deixar que essa crise respingue dentro da Igreja.
Mas o núcleo da mensagem e da sua missão nunca são, nem serão, alterados!

Boa tarde a todos.

sábado, 7 de outubro de 2023

Fome de pecar (fomes peccati)

Passei a semana toda pensando sobre o que escrever na minha notinha semanal. Ainda não decidi se devia começar uma série de notinhas sobre o credo católico ou reflexões sobre o catecismo da Igreja. 

E eis que neste sábado, 07/10/23, começou mais um conflito árabe-israelense, com cenas sangrentas de pessoas mortas dentro de seus carros, casas ou pelas ruas. Vi vídeos sem edição, cheias de corpos mutilados e deformados... Sem palavras para descrever o horror!

Nesse momento é natural nascer dentro de nós uma justa indignação e nos perguntamos: porque? Porque tanto sofrimento, dor e morte? Onde está Deus nessa hora??? Porque Deus permite que os maus triunfem e os bons sofram??? Porque??????
Não há uma resposta fácil para essas perguntas.
O espaço é muito curto para escrever uma resposta completa, mesmo que resumida, e admito que no susto temo dar um posicionamento parcial e insatisfatório.

Rezo para que Deus conforte os inocentes assassinados e puna os assassinos, porque Deus é infinitamente bondoso, mas também é infinitamente justo. E Jesus havia alertado que quem viver pela espada morrerá pela espada.

E o título da nota? Lembra esse mistério que ultrapassa o entendimento humano: o praticar o mal sabendo que poderia fazer o bem, a vontade de errar e fazer sofrer a si e aos outros. Nessa hora não tem ideologia, sociologia, antropologia, história ou outra explicação para o mal. Os crentes entendem que uma inteligência superior a humana está arquitetando toda essa maldade nos bastidores. E não é Deus. Numa próxima nota espero desenvolver melhor meus raciocínios. Boa noite!