Semanas atrás eu havia dito que estava sem escrever nada há dois anos. Não era verdade. Minha última nota havia sido publicada no dia 11/10/21. Com a presente nota completam-se de fato dois anos.
A nota de 2021 tratava do concílio Vaticano II(1962-1965) que completa em 2023 sessenta e um anos de sus abertura, e sessenta da morte de seu idealizador o papa São João XXIII(1963).
Nos meios católicos muito já se falou do Vaticano II, de bom e de menos bom. Até já escreveram um livro com os erros do concilio. Um livro grosso, com mais de trezentas páginas. Impressiona, mas alerto que nenhum concilio ecumênico está acabado em si mesmo. Se fosse assim, só teria sido celebrado um concilio na história da Igreja, o de Jerusalém, celebrado no ano 49 e relatado no livro dos Atos dos Apóstolos.
Santo Antônio Maria Claret, fundador dos claretianos, foi participante do concílio Vaticano I(1869-1870) e ao ver os debates entre os bispos e cardeais de temas heterodoxos dentro da basílica de São Pedro ficou com a saúde tão abalada que sofreu um derrame cerebral. Convalescendo do AVC, admitiu que devia ter se acalmado para não abalar a própria saúde-ele morreria meses depois.
Durante as sessões do concílio de Trento(1545-1563) o clima de rivalidade entre os bispos era grande. Enquanto um certo bispo francês falava, seus colegas diziam: olhem como canta bem o galo! (O galo é um dos símbolos da França). Contam também de cardeais se estapeando durante as sessões solenes. Mas só o Vaticano II passou dos limites! E mais nenhum!
A atual crise da Igreja é complexa, e não há como tratar adequadamente disso aqui. Mas posso adiantar que ela tem raízes na crise da modernidade e a Igreja católica, ao receber de Seu Fundador a missão de evangelizar este mundo, pode deixar que essa crise respingue dentro da Igreja.
Mas o núcleo da mensagem e da sua missão nunca são, nem serão, alterados!
Boa tarde a todos.