Estamos na véspera do Natal e uma sensação estranha me invade.
A cidade de São Paulo
está mais vazia, silenciosa e deserta, o que em si não é ruim. Estou adorando:
o trânsito mais sossegado, a rua mais silenciosa, o transporte público mais
rápido e eficiente. Admito que nos últimos tempos passei a apreciar essa
calmaria, pois me ajuda a relaxar, ler, meditar, rezar. Bom para a gente se
preparar espiritualmente para o Natal.
Mas... tirando o hall de
entrada do meu prédio, o presépio na minha sala e o mini presépio da minha mesa
de trabalho não vejo os prédios e casas enfeitados como em anos anteriores. O que
está acontecendo com todos? Cadê o tal espírito natalino?
Alguns explicam que isso
é causado pela crise econômica global, que as medidas que o governo tomou ainda
não surtiram efeito, que esse mau humor é culpa da oposição do Bozo ou seja lá
de quem for; ou pelo contrário é sim culpa do governo Molusco, da guerra lá onde
Judas perdeu as botas.
Mas na época em que o
menino Jesus nasceu o mundo também vivia em guerra: a Pax Romana era imposta à força nas fronteiras do Império onde as
legiões seguravam com dificuldade pictos, partos, germânicos, persas e muitos
mais. Na Galileia, parte do reino judeu fantoche onde Jesus resolveu nascer, judeus
e romanos viviam se detestando tanto que anos mais tarde realizariam em
atentados terroristas onde os zelotes usavam uma adaga especial contra os malvados
imperialistas...– sim, já existia isso naquela época!
A grande verdade é que o
Natal não depende dos fígados, do estado de ânimo ou saldo bancário (ainda bem!).
Nos lembra que Deus nos criou e nos amou apesar dos nossos erros, pecados e
deficiências, tanto nasceu como um de nós. E mesmo assim: ele veio ao que era seu e os seus não o reconheceram. (João 1, 11).
Em resumo: você pode não
ligar para Deus, mas Deus sempre liga pra você!
O Menino Jesus, Deus
onipotente, veio para nos lembrar que o Criador não é distante e vingativo, mas
caloroso e respeitador dessa liberdade humana que gosta de errar e fazer muita caca,
e por isso que o mundo anda capenga porque os homens preferem o erro ao acerto e
chegam a chamar o erro de acerto! O Deus-criança só quer que você se lembre
Dele, e se puder vá a sua Igreja e o adore, em retribuição por ter feito tudo
para que você existisse como existe neste exato instante.
Enfim, como diz um velho
amigo meu vigia da paróquia: Feliz Natal!
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