domingo, 10 de fevereiro de 2019

Desleixo e trabalho/estudo bem feito - (ou, o primeiro post de 2019)



"Para um apóstolo moderno, uma hora de estudo é uma hora de oração”.
(São Josemaría Escrivá. Caminho, ponto 335)


Para quem ainda não sabe sou cooperador do Opus Dei, a Prelazia Pessoal fundada por são Josemaría Escrivá em 1928 e cujo carisma é a santificação do trabalho ordinário. Varrição de ruas, aulas, dirigir carros, preparar comida, cuidar de crianças: toda e qualquer tarefa pode ser transformada em oração, em trabalho santificado. São Josemaría retomava uma tradição que remontava aos primeiros cristãos e via na vida corrente um meio de atingir a perfeição humana e a espiritual.
A santidade não era mais privilegio apenas de religiosos e sacerdotes, mas de todos os batizados. O mundo é bom porque saiu das mãos de Deus. Somos nós, os homens que, usando mau de nossa liberdade, deixamos o mundo mais sombrio e feio.
Essa doutrina, que o último concílio geral da Igreja Católica Vaticano II (1962-1965) transformou em ensinamento para todos os católicos, parece que no Brasil ainda não penetrou nas consciências dos fiéis, ou pelo menos parece que precisa urgentemente ser retomada.
Refiro-me aqui a onda de desastres e maus tratos aos brasileiros que o ano que mal começou vem a desfilar: barragem rompida em Brumadinho-MG, incêndio no centro de treinamento do Flamengo no Rio de Janeiro-RJ, além da inundação que matou e destruiu no Rio, e também em São Paulo e por diversas partes do Brasil. Some-se isso aos casos de corrupção que continuam a aparecer nas manchetes dos jornais, os assassinatos por motivos bestas (até briga em jogo de bolinha de gude anda terminando em morte...); as agressões a mulheres; as brigas no trânsito; o mau atendimento em serviços médicos; e por aí vai.
Num post anterior deste blog eu havia falado que estávamos perdendo as tradições do Brasil, sua religiosidade e cordialidade. Hoje eu queria dar um passo além e alertar para outro problema até mais grave: estamos cada dia mais indolentes e desleixados, trabalhamos mal e nem nos perturbamos com isso. As pessoas andam distraídas e focadas em tudo menos no que realmente importa: o momento presente. Trocamos a realidade pela fantasia.
Mas felizmente isso, como tudo que é mundano, é finito e tem solução.


“Que vos multipliqueis:
como as areias das vossas praias,
como as árvores das vossas montanhas,
como as flores dos vossos campos,
como os grãos aromáticos do vosso café.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
(“Benção Patriarcal de São Josemaría Escrivá
ao se despedir dos membros do Opus Dei. 29/05/1974)

São Josemaría Escrivá esteve aqui no nosso país em 1974 e naquela ocasião havia profetizado que muitas vocações para o Opus Dei sairiam do Brasil, o que de fato aconteceu. Essa constatação admirou um dos pioneiros do Opus Dei no Brasil, o prof. Esteve Jaulent, que logo a seguir me interpelou com as seguintes palavras: “Mas porque os brasileiros trabalham tão mal?”.
Trabalhamos mal e estudamos pior. Aqui posso falar com um pouco mais de conhecimento, já que boa parte da minha vida passei entre livros e pesquisas: leitura e estudo nada mais são que trabalho intelectual. Como frequentei por anos colégios, cursinhos, faculdades e outras instituições de ensino posso dizer que nesse ponto estamos mal, também. Aqui quero apenas reafirmar: trabalha mal quem estudou mal. O contrário também é verdadeiro.
Mas pra não dizerem que só estou aqui a resmungar, trago boas notícias: essa pasmaceira moral e espiritual em que estamos afundados tem solução. Aqui nós cristãos devemos adotar outra lição de São Josemaria Escrivá: “Tarefa do cristão: afogar o mal em abundância de bem” (Sulco, ponto 864).
Se o problema são barragens de mineração mal construídas, barracões trepidantes que podem a qualquer momento virar piras flamejantes, viadutos despencando por má conservação, devemos responder com um trabalho simples e eficaz feito com os cinco sentidos e olhos postos em Deus.
Se o problema é a violência, a corrupção endêmica, homens agredindo mulheres, brigas e mortes, nós como cristãos, metidos nas nossas atividades habituais devemos dar bom exemplo, rezando, sorrindo, silenciando, trabalhando e ensinando. Simples assim.

Muito pouco do que escrevi aqui é original meu. Apenas procuro seguir os passos de Jesus Cristo que passou trinta anos de sua vida trabalhando na oficina de Nazaré, e que teve em São Josemaría um discípulo fiel. Para quem quiser saber mais sobre como realizar um trabalho bem feito, segue o link da página oficial do Opus Dei no Brasil: https://opusdei.org/pt-br/article/o-estudo/ . Nele o leitor vai encontrar mais informações e pontos de meditação para poder realizar um trabalho bem feito, digno de um cristão.

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