domingo, 19 de novembro de 2023

O SENTIDO DA VIDA (parte I)



O mundo moderno existe e funciona com ânsias de eternidade, embora não saiba. Basta ver como se organizam empresas, grupos, associações, sempre com vistas a extrapolar suas próprias existências. Nós mesmos nos enchemos de coisas a fazer, pensar, trabalhamos incansavelmente para passarmos finais de semana prolongados sem fazer nada. E quando finalmente acabam lá vamos nós pensando nas férias, nas festas de final de ano, no próximo final de semana, e assim por diante.

Vamos deixar bem claro que não sou contra o descanso e o repouso, nada disso! Quem trabalha precisa descansar, mas não deve ser um descanso inativo, mas ativo: cultivar um hobby, ler bons livros, dormir bem, encontrar amigos, passear... há uma infinidade de opções sadias e boas.

Mas... Não haverá nada mais a esperar da vida além disso?

O evangelho do 33º domingo do tempo comum nos obriga a pensar nisso (Cf.: Mt. 25, 14-30). Um senhor deixou com três servos cinco, dois e um talento. O talento era uma medida de riqueza, e equivalia a vinte e cinco quilos de prata, o que na época era um dinheirinho bom, igual prêmio da Lotofácil. Pois bem, o senhor – que na verdade é Deus – dá dons para cada um de nós, mas espera que a gente os faça frutificar com boas obras quando ele vier nos visitar.

Os japoneses tem até um termo para definir uma vida altruísta, voltada para o bem do próximo e que dá um sentido para tudo: ikigai. Se do ponto de vista humano não podemos simplesmente viver olhando pro nosso próprio umbigo, quanto mais se olharmos nossa vida com ânsias de eternidade e vida após a morte! O que eu queria deixar aqui como reflexão hoje é pensar e refletir com calma e coragem: a vida da gente é só isso? Comer, beber, se divertir, namorar, casar, copular, gerar uns remelentos e depois esperar a hora de morrer?

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