Não queria
encerrar 2018 sem escrever alguma coisa aqui no blog. Trinta e um de dezembro é
o dia pra revisar o que foi feito, e, como historiador, me sinto mais à vontade
recapitulando o passado do que tentando vislumbrar o futuro.
Escrevo no final
da tarde. Felizmente o doce e a torta para esta noite e amanhã já adiantamos
para evitar a correria e o cansaço de última hora.
O cansaço é
sinal de que o ano foi muito corrido e cheio de compromissos, o que não é mau
sinal. Ficamos cansados porque conseguimos concluir tarefas, trabalhos, prazos;
mas também acumulamos fracassos, tarefas incompletas, coisas que ficaram pelo
caminho, erros. E mesmo assim deixo aqui registrado que o balanço foi positivo,
porque no que acertei agradeço, e no que errei vejo o que errei e tentarei
acertar na próxima oportunidade.
A vida humana é
assim mesmo. Enquanto estamos inseridos no tempo nunca poderemos dizer: cheguei
à plenitude da minha vida. Porque a vida em meio a criação é pura
transitoriedade. As coisas e as pessoas, os animais, plantas, continentes e
planetas estão sempre se movendo, se transformando, nascendo e morrendo. Daí que
essas mudanças muitas vezes nos trazem contrariedades, trabalhos, dores e
sofrimentos.
Esse inconformismo
é a maior prova de que somos seres mistos, meio animais e meio seres
espirituais porque conseguimos almejar sempre coisas melhores. Mas neste mundo
nunca conseguiremos ser plenamente satisfeitos, porque fomos feitos para algo
maior, que ultrapassa ideologias, bem-estares sociais, eleições ganhas e bens
materiais à vontade e a rodo.
Se você não concorda
com isso, tudo bem, mas... é a realidade das coisas: “Nem só de pão vive o
homem”. (Lc. 4, 4); “Fizeste-nos para ti, senhor, e nosso coração fica inquieto
enquanto em ti não encontrar descanso”. (S. Agostinho de Hipona. Confissões, Livro
1º, Cap. 4º).
Cada dia mais
concordo com o que li muitos anos atrás no livro de Peres de Urbel, A vida de Cristo (Ed. Quadrante, várias
edições): quando do nascimento de Jesus parecia que o mundo já havia atingido a
plenitude em termos políticos, filosóficos e religiosos. Parecia que tudo o que
podia ser feito já tinha sido tentado e não adiantaria mais nada tentar algo
novo.
O império romano
dominava todo o mundo conhecido. Na filosofia Sócrates, Platão e Aristóteles
pareciam já ter colocado todas as questões possíveis. E nas religiões, depois
das mães-terra, dos titãs e deuses, Zoroastro, Confúcio, Buda e Pitágoras pareciam
já ter coberto todos os ângulos das práticas ascéticas e místicas.
Em muitos aspectos
nosso mundo parece-se com o mundo antigo, pois acomoda-se cada vez mais com o
que está aí, por pior que seja ou esteja. É preciso uma geração de homens e
mulheres genuinamente humanos que apresentem a verdade do cristianismo com bom
humor, humildade e misericórdia em meio aos seus afazeres cotidianos, que sejam
serenamente inconformados com tudo o que está por aí.
Aí sim poderemos
dizer que terminamos bem o ano de 2018 e começamos bem 2019.
A esses campeões
do dia a dia, desejo meus votos de um feliz ano novo
Edison Minami.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.